Lily
Semana retrasada o Robert acordou às 5h da manhã (eu levantei com ele pra arrumar o carro e fazer algo pra ele comer na viagem), dirigiu 3 horas e meia até uma cidadezinha perdida no meio do estado de Oregon pra se encontrar com um caminhão vindo do Texas com um carregamento precioso: 15 cães da raça Montanha dos Pirineus que não só foram abandonados mas foram pegos pela carrocinha e estavam marcados pra serem sacrificados no dia em que foram salvos.
Aqui nos EUA e em muitos outros países, muitos cachorros em diversos tipos de trabalho. No Brasil, a gente está mais acostumado a ter cachorros como animais de estimação ou como guarda da casa, salvo os que são cães de terapia. E no caso do Great Pyrenees, eles são usados de forma bem : cão de guarda de ovelhas nas fazendas, pra protegê-las de predadores, como lobos e ursos. Não são cães de pastoreio como o Border Collie. São branquinhos pra sumir no meio das ovelhas e fazem delas a sua matilha. Têm um instinto bastante protetor mas é delicadíssimo com coisas pequenas, como ovelhinhas ou no nosso caso, com crianças.
Aí, você me pergunta, como é que essas criaturas fofíssimas se encontram aos montes nos abrigos?O que acontece é que como esses cães (estou generalizando muito) são vistos como um bem da propriedade e se eles não fazem o trabalho deles direito, eles são “despedidos”. Assim como uma vaca que não dá leite, um cão de guarda que não guarda não tem lugar na fazenda. Claro que não são todos, nem a maioria dos fazendeiros que enxergam as coisas tão preto no branco assim, e todo fazendeiro que eu conheço tem amor por todas as criaturas e jamais faria uma coisa dessas. Mas sempre tem uma banda podre em qualquer palácio ou sarjeta do mundo.
Além disso, se você precisa vender ou doar um animal, existem maneiras de se fazer isso. Se você não pode mais arcar com as responsabilidades de ter um animal, os abrigos estão aí pra ajudar nessa transição. Só que mesmo ciente dessas opções muito optam por simplesmente largar na rua. Chame do que quiser, covardia, medo de ser crucificado, sei lá. Não tenho problemas com quem tem que doar, mas faça direito. Tem opção, sempre tem.
Quando a gente comprou a Gwen, o Pyr estava em segundo lugar na nossa lista porque estávamos atrás do que chamam de cachorro-babá, aqueles cães bem tolerante com certos abusos de crianças. Dizem que quando os Pyrs se juntam com crianças se sentem no “paraíso dos Pyrs”.
Pois bem, escolhemos uma cadelinha dessa raça no site Petfinder.com que disponibiliza todos os animais disponíveis pra adoção nos abrigos de todo os EUA e Canadá. Acabou que o abrigo nacional dessa raça disse que aquela cadelinha que gostamos já estava com outra família, mas que tinha uma outra cadelinha bem calma, de mais ou menos 2 anos, brincalhona mas não demais, o que seria ideal pra gente com criança pequena. Ficamos então esperando duas semanas pro tal caminhão vir de Houston pra Oregon pra adotar a Lily.
Pedi pro Rob ligar o skype no iphone dele assim que ele chegasse lá pra eu poder acompanhar como se eu estivesse também. A moça que manteve os cachorros na casa dela em Houston veio no caminhão junto e já tinha avisado que a Lily (ela se chamava Demi no abrigo) não gostou nada dessa idéia de ficar na caixa de transporte. Foram 4 dias de viagem de caminhão! A pobre estava super suja, estressada, apavorada, ofegante até dizer chega.
Depois de tentar levar ela pra um breve passeio (o que não funcionou muito bem, tamanha agitação dela), o Robert colocou ela dentro do carro (fiz uma cama com lençóis velhos mas com o nosso cheiro) e veio. Ela ficou um tempo acordada no carro, mas dormiu o resto da viagem.
É comum eles não comerem no transporte e dormirem direto por vários dias após esse stress todo e foi o que ela fez. Eu nem acho que ela está muito acostumada a comer ração, porque ela come só porque está com muita fome. Talvez por isso ela esteja tão magrinha!
Grave bem essas fotos dela, ano que vem ela vai ser outra. A pelagem de inverno vai crescer apropriadamente (em Houston é muito quente, então o pêlo deles não enche tanto), as manchas da pelagem dela vão desaparecer, ela vai voltar ao peso ideal e ela vai parecer um algodão doce (palavras da minha amiga Karol).
Assim que ela chegou, ja foi logo fazendo amizade com as crianças, o Lucas fica num agarramento com ela o dia inteiro! Ele chama ela de Niny hahahaha, até me confunde às vezes. Mas assim que ela pisou no nosso gramado pela primeira vez (nem sei quando foi a última vez que ela sentiu grama debaixo nas patas!) ela rolou, correu, deitou de barriga pra cima: como ela ficou feliz!
Nasceu de novo!
Como era de se esperar, ela é a descrição perfeita do touro na loja de louças, exceto quando está perto das crianças – aí é de uma delicadeza sem tamanho. Mas ela não está acostumada a ficar dentro de casa, se sente confortável só do lado de fora, parece uma girafa subindo escada e não sabe andar na guia… qualquer barulhinho a deixa apavorada e ela sai correndo pro jardim. Mas eu já ensinei o sit e down e estamos trabalhando na guia!
Ela é muito meiga e mansinha, não dá trabalho nenhum, nenhum. Só precisamos agora descobrir como fazer pra ela parar de roubar as meias do Noah.
E pra quem perguntou da Chloe, está a mesma coisa que era com a Gwen. Elas podem ficar num mesmo cômodo e até bem perto uma da outra, mas se evitam. Ontem a Lily passou o rabo na cara da Chloe e a Chloe ficou toda desconcertada sem saber de onde aquele rabo tinha vindo, se é que sequer viu que era um rabo.
4 Responses to Lily
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Oi Luciana. Achei a Lilly muito linda e fofa! Que sorte ela tem em ir para a sua casa. Beijos.
Lili,
você é mesmo uma fofura!!!!!
Nem sei se precisa de um=ns quilinhos a mais. Nas fotos está prá lá de elegante.
Au! Au! pra você…
Tia Marina.
Que legal, a Lily é realmente linda e está em ótimas mãos, ela será muito feliz na sua família e trará muitas alegrias para vocês tb. Aaah eu vou pegar a receita dessa sopa aqui de baixo pq achei extremamente apetitosa, depois de conto como ficou. bjos
Lily seja benvinda!!!
Você é muito fofa!!!
Parabéns Lu pela atenção e carinho aos bichinhos que precisam de adoção.
Quando vc vier ao Brasil, vamos conversar sobre isto.
Beijos
Ma